UMA LUZ SOBRE O SENTIMENTO DE CULPA
Professora Lúcia Magalhães
Culpa é a palavra que usamos para definir o que sentimos, quando cometemos erros. São erros identificados, assumidos ou não, mas podemos dizer que são nossos… E como se não bastasse, no inconsciente coletivo ainda pesa o que se chama de “pecado original” referente a erros cometidos “antes de nascermos”.
O sentimento de culpa não se restringe ao alegórico evento do Éden onde o ser humano passa a distinguir o bem e o mal – e a assumir conscientemente a consequência de seus atos. Nele, Adão sintetiza a humanidade – que, antes de distinguir essa dualidade, transgrediu leis naturais e humanas.
Segundo H.P. Blavatsky, todos os nossos Eus são entidades pensantes e racionais, que viveram no ciclo de vida precedente (Manvantara) e cujo compromisso era o de encarnar no homem no presente ciclo. Os Mistérios ensinavam que, deixando de cumprir esta lei – isto é, não tendo se encarnado no devido tempo, os corpos que lhes estavam predestinados se corromperam… Daí a ideia de pecado original: esse “castigo” é a obrigação de reencarnar até o final do ciclo evolutivo, quando a humanidade se reintegrará à sua origem divina.
Sim, mas porque assumimos hoje as culpas de nossos antepassados? O Esoterismo responde que nossos antepassados somos nós mesmos, cumprindo uma depuração através de ações que compensem e anulem a carga negativa criada por nossa ignorância. De fato: a Sabedoria não aponta culpados e inocentes – mas fala dos que vão se iluminando pelo conhecimento da Lei a que chamamos Carma, a Lei de Retribuição.
Bom é recordar que a consciência humana vai se expandindo e percebendo patamares mais altos que conduzem o homem ao bom carma; e que as experiências se multiplicam em todos os níveis, substituindo o sentimento de culpa pela responsabilidade consciente e participativa.