À Luz do Sentimento

Resumos das pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudos Professor Luiz Goulart em suas obras, na sede da Corrente da Paz Universal, sob a coordenação da professora Lucia Magalhães.

1 – Sentimos a necessidade de uma filosofia que atenda ao anseio interior da Humanidade. Na filosofia mística do Cristo há duas espécies de indivíduos: os nascidos da carne e os renascidos em espírito. Meditando sobre os postulados de nosso pensamento, haurido em longa reflexão, concluímos: somente os que ponderam à luz do Sentimento nos compreendem verdadeiramente.
2 – Os prisioneiros da carne necessitam, se religiosos, de dogmas e templos de pedra – e, se ateus, de preconceitos e tradições materialistas, ambos seguidores do Ativismo imposto pela sociedade. Os libertos e intuitivos adotam seu próprio corpo como templo da Inteligência. Sabem que o cordão invisível do Sentimento liga todos os seres a planos e moradas do Cosmos. Os libertos, pela Intuição, oferecem Amor à Humanidade, em louvor da Inteligência. Liberdade e Amor são as asas transparentes do Homem livre.
3 – A Liberdade e o Amor envolvem de Beleza a Inteligência, para que o Homem atinja a Verdade. O Homem não necessita mais do que possui subjetivamente para viver, mediante seu Eu Vital, a Consciência Superior.
4 – O pensamento central de nossa filosofia se desenvolve entre dois critérios básicos, encontrados no modo de ser da Humanidade: Ativismo e Inativismo. O Ativismo usa a Energia mental sempre tendente à exterioridade; o Inativismo, a Energia mental voltada para a interioridade. O Ativismo tende à objetividade; o Inativismo volta-se para a subjetividade.
5 – O Ativismo desenvolve o pensamento guiado pela ação e impulsionado pela emoção e pelo instinto; o Inativismo desenvolve o pensamento dirigido pela Inação e animado pelo Sentimento e pela Intuição. O Ativismo desloca toda atenção do ser humano em termos emocionais, e prende-se demoradamente ao objetivo exterior; o Ativismo tende a nos aprisionar ao ritmo da existência. O Inativismo tende à vivência da melodia da Vida. Embora conhecendo o ritmo da Natureza, não perde seu roteiro de retorno à Harmonia Vital do Espírito ou Átomo Vital do Homem. O Ativismo é a força materialista do corpo. O Inativismo é energia idealista da alma; Só o Inativismo vê no corpo o veículo do pensamento.
6 – Deve ser considerado Ativismo tudo que, por excesso rítmico, vá conduzir à destruição. Enquanto o Inativismo manterá em bom ritmo o pensamento melódico que tenda à transformação, ou retorno à Harmonia. O Inativismo é um convite ao retorno espiritual, ou retomada da vibração melódica do ser humano no mínimo de objetividade rítmica.
7 – Consideramos como ponto de regência do equilíbrio da criatura o apercebimento de sua Autoconsciência espiritual, ligada a seu Átomo Vital ou Espírito. Em nosso ponto de vista, a Razão deve ser substituída por uma Autoconsciência, diretora da Mente, de onde emanam os pensamentos. Quando os pensamentos se distanciam da Mente, perdem a força orientadora da Autoconsciência e agem como instinto. O instinto é, portanto, o pensamento que perdeu a possibilidade de retorno à Autoconsciência.
8 – O Inativismo é o meio de retorno do pensamento, quando ainda imantado pelo poder da Autoconsciência. Esse tipo de pensamento é, em si, a própria Intuição: meio de pensar subjetivo da Autoconsciência, ou seja, o pensamento a priori que sabe, antes de necessitar da objetividade experiente.
9 – Não ignoramos que a Autoconsciência é repleta da Reminiscência que guarda as experiências das espécies naturais e cósmicas. O Homem, em seu interior, no Eu Vital, possui o Universo em miniatura. Às funções subjetivas e abstratas do Eu Vital chamamos de Consciência Superior Intuitiva – e às funções objetivas e concretas do Eu natural chamamos de Consciência Inferior e Instintiva.
10 – A Individualidade cria; a Personalidade representa. A primeira é autora, a segunda é atriz. O mundo se exaure, portanto, em excesso ativista, porque perde o arquétipo criador da Consciência Superior – é manejado pela força cega que guia os que não se orientam subjetivamente pela Autoconsciência. Diminuída as ações da Personalidade, ou seja, quando ela não se faz auto instintiva, a Individualidade toma o seu papel direcional e autoral dos atos harmônicos.