Por que a guerra?

Este ensaio foi escrito na forma de diálogo entre um ALUNO e um PROFESSOR (por nós identificados como A e P, no texto), analisando o fenômeno mais terrível, a praga maior implantada no instinto da humanidade.

(Ilustração: Paz e Beleza –(L. G.) )

O Centauro
A – Por que existe a guerra?
P – Existe por uma necessidade do instinto animal hereditário, que o Homem carrega em suas entranhas.
A – Mas esse instinto não pode ser direcionado para um posicionamento mental que não motive o “estado guerreiro”?
P – Não é tão fácil assim. O ser humano é centaurino: semi-animal e semi-hominal. Desmembrar estas partes que o compõem é muito difícil. O seu lado animal é uma herança – a pior das heranças – que é transmitida geneticamente há milhões de anos nas gerações de nossa raça.
A – Professor, o senhor disse que há uma parte hominal no ser humano, ou seja, da cintura para cima do centauro?
P – Perfeitamente. Mas como você mesmo disse, a parte humana está presa à parte instintiva. Esta interfere no comportamento da criatura, principalmente pelo instinto de conservação da espécie, como vemos em todas as classes animais, desde as pombas até os chacais, inclusive o ser humano. (Voltar ao início)

A Força do Instinto
A – Explique melhor: o que é esse instinto que tem tanto poder?
P – Em parte já mencionei algo que a ele se refere. Posso e devo acrescentar que esse instinto é geralmente constatável, em gradações diferenciadas, nas atitudes agressivas da criatura humana, quando está possuída de ódio e de raiva. Observe dois ou mais animais no momento da divisão da presa infeliz: todos brigam entre si para devorar maior parte da vítima. O instinto de conservação das espécies é irracional nas feras e nos homens. Nesse ponto há um nivelamento total.
A – Mas a guerra é sempre motivada por impulsos instintivos, odientos e raivosos?
P – Principalmente. Pode haver até mesmo aqueles que se neguem a aceitar o ingresso nos combates guerreiros. No entanto, o instinto muitas vezes assume uma gama de inteligência negativa e alguns homens e mulheres a usam para motivar o acirramento do ódio naqueles que desejam conduzir à guerra.
A – Como isso se processa?
P – Os dirigentes de povos e nações, historicamente, possuem leis de domínio sobre as multidões, e ao mesmo tempo impõem, psicologicamente, imagens e razões (como patriotismo, ideologias e crenças religiosas) que justifiquem as contendas armadas. Nesse instante o instinto coletivo curiosamente, de forma hipnótica, vê-se submetido ao aspecto negativo da inteligência, pois o Homem e o único animal que usa a imaginação criadora como meio destrutivo de sua própria espécie. A imagem do herói, por exemplo, é cultivada na psique coletiva, propiciando ao instinto a vaidade nos que aderem à violência armada. (Voltar ao início)

Traidores da Pátria
A – Professor, não há também aqueles que reagem contra essa dominância das leis e o uso da psicologia massificante?
P – Sim. Estes são, em geral, em número reduzidíssimo. A razão neles prepondera, cortando os fios de ligação do domínio psicológico e ditatorial do Estado sobre o instinto animal. É sabido que este mesmo Estado considera tais indivíduos como desertores, traidores, antipatriotas e, religiosamente, como diabólicos infiéis…
A – O senhor vê como crime a deserção, a traição e o antipatriotismo segundo essa moral estabelecida pelo Estado?
P – Jamais! Essa moral é imoralíssima, pois impõe a força criminosa substituindo a razão. Lastimavelmente o número de tais indivíduos que o Estado trata como criminosos, ou seja, os que superaram o impulso instintivo estimulado pelo Governo, é tão reduzido que o efeito de sua ação pacífica sobre a guerra se esvai no nada, em face da maioria que se subjuga às ordens estatais. (Voltar ao início)

A Idade da Guerra
A – Desde quando o Homem se colocou diante de seus irmãos para matar ou morrer?
P – Meu querido, o instinto animal é tão velho quanto a Humanidade. As primeiras tribos dizimavam-se entre si, certamente dominadas pelo troglodita mais forte. Este troglodita ao morrer, mesmo numa contenda ou num acidente comum, por ser to forte, transformava-se numa força da Natureza, segundo o estado psíquico primitivíssimo em que se achavam os indivíduos. Uma grande pedra ou menir poderia ser erguida em culto a sua memória. Esta pedra, exposta ao tempo, via-se trepidar em face aos trovões e iluminar-se pelas faíscas dos relâmpagos. Assim confundindo-se com a divindade que podia ser evocada como protetora das batalhas de tribo contra tribo. O troglodita mais forte da tribo, espécie de general-sacerdote, deve ter desenvolvido o culto aos primeiros heróis mortos em combate. Ao morrer, ele passou a ser invocado como uma divindade. (Voltar ao início)

Tecnologia Troglodita
A – Hoje não se passa a mesma coisa em nossa civilização?
P – Quanto às heranças dos seres humanos atuais, não há nenhuma diferença entre as primeiras clavas e lanças de nossos antepassados e as modernas e avançadas armas inventadas hoje. Houve ao mesmo tempo uma espécie de evolução e involução.
A – Evolução e involução ao mesmo tempo… Não entendo.
P – Sim. Houve uma evolução em termos externos, mecânicos e científicos. E uma involução quanto ao aspecto espiritual e moral da espécie humana. Pois daqueles velhos trogloditas – que eram semi-animais – não se poderia exigir melhor comportamento. Mas, depois que a inteligência, através das mãos e do trabalho, da cultura e da ciência, pôde melhor aproveitar a Natureza em benefício da própria espécie e ainda assim o instinto conservou-se na brutalidade troglodítica e guerreira, a involução está declarada. A involução pode ser definida sociologicamente como um retorno ao tribalismo, quando a inteligência já motiva a proteção dos seres. Proteção que é substituída pelas contendas guerreiras, devastadoras da Natureza e da Vida. (Voltar ao início)

A Evolução da Guerra
A – Mas, quando de fato a guerra foi estruturada como organização, já que me parece que os primitivos se matavam e se agrediam apenas como cães e feras que disputam uma presa, cada um querendo a parte maior?
P – Você descreveu muito bem a causa dos golpes mortais desferidos por nossos irmãos tribais, em longínquas eras. Os primeiros combates entre grupos tiveram seu desenvolvimento no que sociologicamente se pode chamar de fase agrícola.
A – Como assim?
P – É simples: uma pequena nação cultivava já a terra; semeava e seu plantio, ao crescer, era roubado por hostes invasoras. Desse modo gerando grupos de ataque e grupos de defesa. É importante assinalar que esses grupos, de um lado e de outro, mantinham uma crença em poderes sobrenaturais que os protegiam como atacantes ou defensores. Pois o instinto animal no permitia ver que as duas hostes antagônicas poderiam se unir para ambas plantarem e colherem com mais fartura, em benefício geral. O instinto animal não pensa, apenas age.
A – A imaginação guerreira acoplada ao instinto animal está, segundo estudei, unida ao fogo. É verdade?
P – É verdade. Nossos irmãos trogloditas, primitivamente, usaram armas de pedra lascada; depois, polida. Posteriormente, extasiados, descobriram o fogo! Fundiram nas chamas o cobre e o estanho e produziram o bronze. Assim, os primeiros cientistas químicos a serviço dos grandes generais-sacerdotes das cavernas, fabricaram armas perigosíssimas de bronze. (Voltar ao início)

A Ciência é Bélica
A – Os cientistas modernos deveriam acender velas devocionais aos primeiros químicos da Humanidade: os pais da guerra que eles ajudam com seu potencial científico. Certo?
P – Creio mais que os cientistas modernos, continuadores do primitivos descobridores do fogo, em vez de culto ao bronze, rendem suas homenagens ao deus do ouro – o Capitalismo. Pois este é o financiador direto do instinto tribal, associado à imaginação criadora dos engenhos a serviço da guerra. Daí dizer Wernher von Braun, um desses cientistas a soldo dos arsenais bélicos: “A Ciência é amoral”. De fato, Von Braun serviu aos alemães no bombardeio nazista a Londres e, terminada a guerra, atuou nos Estados Unidos, junto à Nasa.
A – Por que não dizer claramente que ela é imoral?
P – Concordo. Principalmente quando penso na evolução (ou involução) do fogo ao atingir a descoberta da pólvora. (Voltar ao início)

O Poder de Fogo
A – Professor, quem inventou a pólvora?
P – Atribui-se tal invenção aos chineses, para fins unicamente pirotécnicos. Coube porém a sinistras almas cruéis o aperfeiçoamento e difusão da pólvora, com finalidade mortífera, na Europa, lá pela metade do século XIII. Desde a Guerra dos Cem Anos, em Creci, a pólvora deu provas de sua nefasta potencialidade no morticínio das batalhas. Daí em diante ela foi aprimorada como princípio essencial da morte e, mediante outras formas de explosão, rendeu fortunas incalculáveis aos fabricantes de armas e mercenários da tragédia militar: quer os exércitos, como os Estados traficantes de armas.
A – Basicamente, o fogo do primeiro troglodita armamentista está presente em nosso século?
P – Esteve, está e estará, até que o irracional instinto mercenário-religioso-guerreiro transforme a Terra numa tremenda chama infernal.
A – Isso é possível, professor?
P – Tragicamente, isso é possível. Depois que o troglodítico cientista moderno descobriu a desintegração atômica, parece que o fogo espera sua missão diabólica para provar que o inferno está no planeta dos homens, fazendo com que Dante achasse, caso vivesse em nossos dias, infantil e incompleta sua A Divina Comédia. (Voltar ao início)

Responsabilidade Científica
A – O senhor culpa os cientistas desintegradores do átomo como responsáveis pela Grande Tragédia?
P – Sim, eu culpo e acuso os cientistas pela revelação dos segredos atômicos. Sendo homens de saber e cultura, não ignoravam a fragilidade do instinto animal quanto à moral, e a propensão da espécie humana a truculência guerreira. Eles sabiam que está no sangue humano a herança do assassínio de seus irmãos. A própria Bíblia – livro das guerras – exemplifica o atavismo criminoso entre irmãos, quando Caim mata Abel. Símbolo ou verdade, a maior tiragem impressa, desde o tempo de Gutemberg, a Bíblia foi lida por todos os povos do mundo e é o livro de juramento nos tribunais de Estados guerreiros. Como se vê, nem os sinais bíblicos do instinto animal de nosso irmão Caim paralisaram a ação científico-guerreira na face de nosso planeta. (Voltar ao início)

O Predador
A – O senhor admite, então, a intenção criminosa, por parte dos cientistas, após a descoberta da desintegração atômica?
P – Acredito que não houve propriamente intenção criminosa na terrível descoberta científica. Como já foi dito, a Ciência está acima do Bem e do Mal. Daí a amoralidade que nela existe. O crime que descubro nos cientistas está em sua invigilância, pois qualquer pessoa sabe que o impulso belicoso da espécie humana está sempre pronto a aproveitar a imaginação criadora dos mais dotados de inteligência, como também todos os recursos naturais, para fins de uso ou domínio militar. Assim aconteceu com o fogo, que motivou as primitivas armas de bronze; o veneno de animais e plantas que foram conduzidos nas flechas dos guerreiros, as pedras usadas nas catapultas; os animais: cavalos, camelos e elefantes que entraram no transporte de armas e combatentes; a pólvora, de fins infantis e pirotécnicos, que acabou destruindo cidades e matando milhões de inocentes; as asas, que aplicadas nas aeronaves se transformaram em aviões de bombardeio. E assim outros mais aproveitamentos de motores e máquinas pacíficas serviram às últimas Guerras Mundiais… até que, por fim, o velho átomo indivisível, de Demócrito, encontra a Ciência que o divide e o multiplica em cadeia nos explosivos… Sem esquecer a pesquisa com base na Química e na Biologia que é aproveitada em função da guerra bacteriológica… Daí minha acusação aos homens da Ciência. Bastaria urna visão mais profunda da História para que eles não mais revelassem ao instinto animal da espécie humana os engenhos que a inteligência de poucos predestinados é capaz de criar. Nenhum animal é mais nocivo a si próprio do que o Homem. Ele é o maior predador de sua raça e da Natureza, pois as guerras são essencialmente predatórias. Que tipo de vida pode subsistir aos grandes combates militares? E quem poderia viver para contar a destruição realizada numa guerra mundial imposta pelas armas nucleares?
A – O senhor não vê nenhuma possibilidade do fim ou, o menos, de diminuição desses conflitos que tanto têm desgraçado a Humanidade?
P – Seria possível até extinguir os efeitos destruidores das guerras, se o ser humano usasse urna consciência superior, hominal, e atrofiasse em si a consciência inferior, animal, que tem sido usada e até exaltada pelos políticos mundiais com base na filosofia exposta por certos pensadores… (Voltar ao início)

Defensores da Guerra 1
A – O senhor pode apontar alguns desses pensadores?
P – Sim. Desde a antiguidade clássica, muitos filósofos reconheceram valores cósmicos e transcendentais da guerra. Entre eles temos Heráclito, que chamou a guerra de “mãe e rainha de todas as coisas. Alguns, como Empédocles, deram à guerra o valor dialético da Vida: “amor ou Paz x ódio ou guerra”. Estes conceitos gregos entraram na cultura filosófica européia, fazendo com que Hobbes e outros pensadores encontrassem na guerra uma espécie de “estado normal e natural” da Humanidade. Diz Hobbes: “As sociedades políticas gozam do direito de agir conforme sua conveniência. Por isso elas são obrigadas a viver em perpétuo estado de guerra.”
O mais negativo critério a favor da influência do pensamento guerreiro (que descobrimos em muitos outros filósofos), está em Hegel. A guerra para ele seria urna manifestação do “Juízo Divino”, que motiva a encarnação do Espírito do Mundo. Ele chega a ver nela uma forma de revitalização da Humanidade. Afirma que “como o movimento dos ventos preserva o mar da putrefação… assim a guerra revitaliza os seres humanos em face de uma Paz duradoura e perpétua, que seria também uma putrefação da raça humana”. Hegel exalta a guerra como um meio de constatar a força ou a fragilidade de um povo. É pois, para ele, extremamente necessária a guerra. Estas noções encontraram sustentadores ligados ou não à escola ativista de Hegel, mormente nesta sua afirmação: “Somente a guerra pode abalar uma sociedade e fazê-la tomar consciência de si própria.” Vai mais longe Hegel: “A guerra é o estado das coisas onde a saúde das nações se conserva em vigor”. (Voltar ao início)

Influência Maléfica
A – Esse texto de Hegel seria bem aproveitado se figurasse no portal de entrada das fábricas de armas de guerra…
P – É verdade. Se, porém, esse texto não foi aproveitado pelos armamentistas, em espírito penetrou na cabeça de todos os alunos das academias militares e ativou, até em muitos estudantes civis, universitários, o valor da guerra. Principalmente naqueles que seguiriam as carreiras políticas que os conduzissem aos altos cargos de presidente ou ditador do Estado – como um todo de domínio das massas.
A -.O senhor citou certamente Hegel, com ênfase, pela influência que este pensador teve e tem na Filosofia contemporânea. Mas não houve outros pensadores que claramente exaltassem a carnificina das guerras. (Voltar ao início)

Defensores da Guerra 2
P – Sim, muitos. Incluindo Nietzsche, que assim se expressa: “Deveis amar a paz, como um meio de novas guerras, e a mais curta paz do que a prolongada. Não vos aconselho o trabalho, mas e luta. Não vos aconselho a paz, mas a vitória! Seja o vosso trabalho uma luta! Seja a vossa paz uma vitória! Não é possível permanecer calado e estar tranqüilo, senão quando se tem flecha e arco; a não ser assim, questiona-se.” Diz mais ainda: “A boa guerra é a que santifica todas as coisas. A guerra e o valor têm feito mais coisas grandes, do que o amor ao próximo. Não foi a vossa piedade, mas a vossa bravura que até hoje salvou os náufragos.” E o que mais surpreende é a afirmação de Renan, que escreveu livros tão ligados à análise do “espírito religioso”, do porte da célebre Vida de Jesus.
A – O que disse Renan?
P – Simplesmente isto: “A guerra é uma das condições do progresso, a chicotada que impede uma nação de adormecer.” É tragicamente interessante que pensadores de correntes adversas, religiosas ou materialistas, tenham contribuído cultural e psicologicamente para que a guerra fosse aceita por homens e mulheres que atuam no destino dos povos e nações. Se vemos no Alcorão, de Maomé, a. pregação da guerra aos infiéis, descobrimos em Marx a defesa da guerra como uma “necessidade econômica” : “A economia capitalista”, escreveu Karl Marx, “só poderá dar vazão a sua produção e evitar a crise por meio da guerra.” (Voltar ao início)

Negociando com a Morte
A – Parece-me, professor, que Marx, com sua frieza racional, foi brutalmente mais sincero que os políticos e governos comuns. Ele coloca a guerra ao nível da Economia…
P – Exatamente Ele puxava a “brasa para sua sardinha”, mas declara indiretamente a verdade que muitos políticos e diplomatas tentam ocultar: AGUERRA É UMA TRANSAÇÃO ECONÔM1CA QUE FAZ COMÉRCIO COM A VIDA HUMANA.
A – Ou seja: troca a vida pela morte e dá lucro ao traficante de armas…
P – Você, sem ser guerreiro, acertou no alvo… De fato, a guerra moderna é uma trama diabólica onde entram, segundo a necessidade dos Estados, vários ingredientes. Primeiramente os governantes ativistas exploram e atiçam o instinto animal tribalesco dos seres humanos. Em seguida lançam mão das “místicas” patrióticas, ideológicas ou religiosas, segundo a psique do povo que pretendam conduzir ao matadouro militar. Este é, em geral, trabalho dos políticos e diplomatas. (Voltar ao início)

Guerra Política
Neste ponto (continua o Professor) não podemos esquecer Maquiavel, um dos primeiros teóricos a ligar a guerra à Política. Cinicamente considerava toda guerra justa, desde que fosse necessária à preservação do Príncipe. O espírito de Maquiavel está muito ligado a Clausewitz, quando afirma: “A guerra é a política por outros meios.” E mais: “É o político que comanda o fuzil, e não o inverso.” Atrás dos bastidores, capitalistas, governantes, líderes religiosos, armamentistas, políticos e generais consultam os computadores dos economistas. Daí em diante, lançada a ofensiva das tropas antagônicas – sempre compostas pelos jovens mais saudáveis fisicamente – tem início a avaliação das perdas e ganhos do material bélico. (Voltar ao início)

O Valor da Vida Humana
A – E as mortes humanas não são contadas?
P – Para os responsáveis pela guerra, cada combatente ou soldado é nivelado ao mecanismo de consumo das armas. As mortes são lamentadas mais pela redução do número de detonadores dos instrumentos bélicos… Menos soldados, menos armas a gastar o valioso material da indústria armamentista. Fato que deve levar a lágrimas de chumbo os senhores traficantes da Morte…
A – Eu fico estarrecido! Será que, por vezes, não ocorre um sentimento religioso de piedade ou remorso nesses metálicos artífices da guerra?
P – Meu jovem, eu sinto trazer à sua geração estas informações dolorosas, mas não posso negar meu compromisso com a verdade. Não tenha, por isso, muita ilusão quanto ao repúdio das religiões às guerras. Elas, em vez de suscitarem piedade e remorsos ante os horrores do genocídio, não raramente, através de seus arautos, justificaram a guerra.

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