A Vontade

Resumos das pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudos Professor Luiz Goulart em suas obras, na sede da Corrente da Paz Universal, sob a coordenação da professora Lucia Magalhães.

1 – Ensinava Pitágoras que “a Vontade marcha lado a lado com o Destino, como potência diretriz de nossa evolução”. A Vontade nos permite dar direção a nossos pensamentos: é todo o bem do progresso interior. Enquanto não descobrimos a Vontade em si mesma, como Energia de absoluta grandeza, sem mácula ou mesclas de influências preconcebidas, nada poderemos fazer intimamente, em termos de Autorrealização.
2 – Muitas têm sido as acepções do termo Vontade: a nós nos parece que a melhor é aquela que a determine como a canalização da Energia mental. A Vontade é, o teor verdadeiro da Inteligência. Dir-se-ia relativa ao potencial energético de cada indivíduo. Acreditamos igualmente que a Vontade, ao contrário do que comumente se afirma, não depende de esforço mental empregado.
3 – A Vontade, em toda a plenitude, desenvolve-se em consonância com o relaxamento íntimo. Ela é sempre mais fraca quando se reflete em nossos nervos e músculos (todo o esforço a paralisa) – e se faz mais presente quando não colocamos obstáculos nervosos emocionais à sua passagem.
4 – Não é o esforço o meio eficiente de vivência das faculdades mentais, até mesmo quando meditamos. De fato, todo esforço nesse campo apenas serve para maior consumo de energia nervosa. O verdadeiro entendimento está ligado à Intuição. Esta não reclama esforços para si. O Homem Inativo (ou não ligado ao exterior) é mais forte do que aparentemente se julga. A mente possui vida própria e independente do corpo. Exatamente dessa independência, pela Inação, surge o livre exercício da Consciência.
5 – Como possuímos uma Autoconsciência unida à Mente, às vezes somos capazes de pensar com mais eficiência quando estamos adormecidos. Dissemos que o sono é agente importante da liberdade interior. Como também acreditamos que a energia se canaliza melhor, pela Vontade, se nos tornamos inativos para o mundo – mormente quando atingimos o conhecido estado crepuscular, mescla de sono e vigília.
6 – Cremos no sutil mecanismo da Autoconsciência, ligada ao Eu Vital, canalizando o poder da Mente, pela Vontade – fio de Energia que parte do centro do Eu Vital, ou do Átomo Vital; daí os sonâmbulos poderemos agir acertadamente, escrevendo fórmulas, músicas e textos, dos quais só tomam conhecimento quando retornam ao estado de vigília.
7 – Há um mundo mais fecundo e importante em nosso interior: mundo secreto, onde a Autoconsciência, unida à Mente, fala a linguagem da Intuição. A ideia que flui em meu interior continuaria a ser ela mesma, mesmo se eu não tivesse conhecimento de sua existência…O orador, embora fale, é também parte do auditório, como ouvinte. Oh! Quantas cousas ele aprende, quando julga somente ensinar aos outros! Principalmente nos discursos ou palestras de improviso; imagens de símbolos, jamais conhecidos pelo conferencista, surgem como inesperados pássaros do oculto ninho do interior do Ser.
8 – A Humanidade pensa em nosso interior, e nós pensamos no interior da Humanidade. Por isso, as mesmas ideias ou as mesmas invenções surgiram a um só tempo na Terra, até em países diferentes – sem que jamais pudesse se atribuir a alguém o plágio do fato conhecido. Subjetivamente, mediante sutis planos de atuação mental, estamos muito mais ligados do que imaginamos. Foi isso talvez que Gandhi quis dizer: “Há dois aspectos das coisas: o exterior e o interior… O aspecto exterior nenhum significado tem, exceto na proporção em que contribuiu para o aspecto interior.”
9 – Todas as vezes que volvemos nossos olhos às formas naturais, nosso interior recebe o que vemos, transformado nos arquétipos geométricos que servem de medida ao Sentimento e ao Pensamento. Como não há uma só alma que não tenha seu mundo interior, todos os seres devem encontrar essa maravilhosa ligação entre a sensibilidade e a Beleza, entre a forma e o Sentimento.
10 – O velho ditame da escola do Thot egípcio é permanente: “o que está em cima é como o que está embaixo.” Acrescentaríamos: o que está embaixo possui a densidade dos sentidos que captam, enquanto o correlato que está em cima guarda a mesma fluidez das coisas não visíveis, mas perceptíveis à Intuição. Ora, quando uma criatura (desligada inconscientemente da densidade do corpo, pelo sono, ou conscientemente, pela Inação Criadora) mergulha no mundo sutil, esse plano de fluidez imaterial (ou de matéria em gradações sutilizadas) – ela pode encontrar fórmulas, músicas e enunciados capazes de serem objetivados. Dir-se-ia mesmo, plasmáveis na densidade da matéria, correlata ao plano físico dos homens e, portanto, das coisas e da Natureza.

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