O Domínio da exterioridade

1 – Segundo o uso científico, entendemos por ego ou por eu a fração limitada do Ser, em seu todo. Se fossemos somente o que tentam definir os estudiosos da psicologia ocidental, creio que não haveria criaturas desajustadas: bastaria que se socorressem da orientação científica e, fora os casos realmente excepcionais, todos viveriam um plenitude de satisfação. Isto, no entanto, não ocorre. Nos países mais cultos precisamente, onde mais se desenvolveram escolas fadadas a resolver os distúrbios emocionais do indivíduo, é exatamente neles que a incidência de transtornos e angústias é mais notória e declarada…
2 – Lembremo-nos da Alemanha, cenário das mais destacáveis teorias terapêuticas da alma. Foi lá, no entanto, que teve início a mais sinistra aparição do fantasma do instinto animal. Durante a Segunda Guerra Mundial, não só a culta Alemanha, mas todos os países eivados de falsos conhecimentos, meramente exteriores do indivíduo, acabaram por comprovar-lhes a ineficiência.
3 – Enquanto o homem viver a atividade do pequenino eu, tomará como real toda a teoria que valorizar ou aproveitar seu instinto. Muitas vezes a direção psicológica nos sugere o consumo de produtos que oferecem lucro superior aos meios disponíveis do capital empregado. Porque ela fala diretamente à necessidade do corpo e à necessidade emocional do instinto. A psicologia ocidental usa de meios ativistas, valendo-se do inconsciente das massas.
4 – Todos nós, em nossa Personalidade, sofremos o desgaste das imposições psicológicas usadas sob garantia e proteção dos governos. Pagamos caro pela participação obrigatória. Sonhamos com as imagens que estes querem, a fim de ficarmos mais preparados para aceitar o que deve ser imposto como obrigação do indivíduo junto à sociedade.