Um pacifista

luiz_bA TRAJETÓRIA DE UM IDEALISTA

Luiz Goulart dedicou sua vida à pesquisa da alma humana, e descobriu que tudo de bom que possa acontecer para os povos e nações começa com a paz individual, a paz interior.
“As grandes obras, em qualquer área do interesse humano, nasceram da meditação, da reflexão profunda de um cientista, artista, sociólogo, místico, etc. E no momento da inspiração, certamente, eles estavam em paz.”

SONHO DE PAZ
Luiz Goulart foi pintor, poeta, cronista, ensaísta e filósofo. Toda a sua vida foi dedicada à pesquisa da alma humana, da Natureza e do Cosmos. Sua obra é vastíssima e, na maior parte, forma o acervo artístico e cultural da Corrente da Paz.

“Procurei dar forma de instituição a um sonho que minha alma acalentou desde minhas primeiras primaveras”, disse Luiz Goulart. “Este sonho tomou o nome de Corrente da Paz”.

PRIMEIRO LIVRO

Em 1958, Luiz Goulart editava, ajudado por um grupo de amigos, o livro que ainda hoje, após várias edições, serve de base para seus discípulos: O CAMINHO DA PAZ INTERIOR. Contava então 38 anos de idade. Desde os 13 estava em contato com a Teosofia, iniciava-se no caminho do ocultismo, e aos 17 já lera toda A Doutrina Secreta, de Helena Petrovna Blavatsky.

Atualmente, sua obra escrita vai além dos trinta títulos. A Mensagem que expõe tem como base os ensinamentos dos Sete Mestres do Universalismo: Zarathustra, Krishna, Thot Hermes, Moisés, Lao-sé, Platão e Jesus.

LIVRE-PENSADOR

Nascido em Vassouras, no estado do Rio de Janeiro, sempre foi defensor do pacifismo-cristão, definindo-se como livre-pensador. Ao aposenta-se do serviço público pelo Ministério da Educação, dedicou-se inteiramente ao seu sonho realizado: a obra que implantou e dirigiu no Brasil com muita luta e sacrifício, desde 13 de setembro de 1966 até o ano de 2002.

Entretanto, a Corrente da Paz, mesmo com programas de rádio diários e uma revista mensal nos fins dos anos 60, só veio a firmar-se diante do público a partir de fevereiro de1970, com a aquisição de sua sede própria, no centro do Rio de Janeiro, cujas portas estão abertas a todas as criaturas, independentemente de religião, raça, cor ou posição social. Valoriza-se o ser humano em sua busca de Paz, Saúde e Felicidade, considerando-se que este direito é de todos, sem exceção.

CORRENTE DE VOLUNTÁRIOS

A característica incomum, como instituição que se mantém sem quadro de associados e sem nenhum compromisso material de seus freqüentadores, nos fornece uma razoável comprovação de autenticidade quanto a ser depositária da Luz de um Ideal de Paz, Amor e Sabedoria.

MAS TUDO FOI MUITO DIFÍCIL
TAREFA PARA UM IDEALISTA!

“Benditos os que entenderam meu Sonho! Amam e praticam o Desprendimento, para entregar à Raça Humana o Estado de Consciência da Corrente da Paz. Tornam-se elos de Luz e Amor que, pelo Bom Pensamento, pela Boa Palavra e pela Boa Ação, galgam os degraus do Bem, da Beleza e da Verdade – contribuindo para que a Paz e o Cristo vivam em seus corações e no coração da Humanidade!”

SONHO DE LUZ

Meu sonho como criador da Corrente da Paz foi oferecer ao mundo um ambiente onde todos os seus freqüentadores tivessem espaço aberto à exteriorização da alma e do próprio Eu em sua grandeza infinita. Assim o universo das idéias transpareceria nos diálogos em plena liberdade, sem dogmas ou imposições.

Sempre sonhei e desejei que o ambiente físico e espiritual da Corrente da Paz fosse de tal modo iluminado pelo interior de seus freqüentadores, que nenhuma agressão ou mesmo hábitos cruéis do mundo, como difamações, ofensas, criticas à vida alheia… nada, enfim, que lembrasse a violência subsistisse à luz criadora da fraternidade de meus Companheiros.

Posso afirmar que tudo fiz para motivar a criação de um novo padrão de conduta para a sociedade humana, bem diferente do atual. Pois nessa agremiação sonhada, só os afins às grandes idéias – do Bem, da Beleza e da Verdade – perpetuariam sua amorosa presença. De fato, a Corrente da Paz não foi criada para incensar orgulhas e vaidades. Meu sonho vai mais longe. Almejo um mundo de Paz, nem que seja, de início, neste pequeno laboratório.

ESCOLA INICIÁTICA

A Corrente da Paz possui uma expansão filosófica baseada numa psicologia profunda que leva o indivíduo à sua auto-realização e, conseqüentemente, à descoberta dos valores intrínsecos, esotéricos, de seu EU, capaz de conduzi-lo por seus próprios méritos à Paz interior, portanto, uma Escola Iniciática Essencialista, de portas abertas a quem deseja superar dificuldades e carências psicológicas e culturais.

Tenho comigo, ligados às ideias que transmito, Companheiros que firmaram sua mente e coração na grande Mensagem que a Obra dos Mestres nos permite realizar em nosso mundo interior. Desse modo, no sentido místico e social, o verdadeiro Companheiro da Corrente da Paz é aquele que se auto-aprimora espiritualmente e luta no sentido de contribuir para a Paz da Humanidade, por seus elevados pensamentos, nobres palavras e atos dignos a favor da espécie humana.

A síntese mística da Corrente da Paz está contida em duas palavras: PAZ E CRISTO, usadas como saudação espiritual pelos Companheiros que freqüentam a instituição.

POR QUE SOU PACIFISTA

Em primeiro lugar, sou Pacifista porque sou Cristão. Amo!

Amo a espécie de onde brotou meu corpo, como folha da Árvore da Vida. Amo a Natureza e o Universo. Meu Deus se chama Amor. Minha existência é desdobramento de meu Deus. O outro nome de meu Deus é Harmonia. Como a Vida se manifesta pelo equilíbrio biológico, somente sentindo Paz como sinônimo de Vida entendo que Algo de imponderável deu-me luz aos olhos, movimento ao meu corpo e compreensão a meu cérebro. Este ser oculto que me anima e aquece não pode ser confundido com o atrito de meus desejos. Em mim vibra a permanência pacificada de um Deus e a brutalidade externa oriunda do instinto.

Daí acreditar que os animais não possam adotar um critério Pacifista de vida. O Homem, no entanto, para ser digno de sua espécie defenderá os princípios da Paz contra a brutalidade de seu instinto animal. A isto chama-se Evolução.

Desde que a psicologia constatou, dentro do sistema biológico, uma vida que movimenta meus braços e agita meu pensamento, minha atenção voltou-se para minha alma. Não tenho mais o direito de esporear o corcel das paixões, se tenho em mim, permeando minhas células, a existência sensível e criteriosa que a própria Ciência nos revela.

O que se passa comigo é fenômeno comum a minha espécie. Constatado o que sinto por todo ser pensante, a Guerra, desde sua trama psicológica até a explosão da mais infernal bomba, não terá mais razão de existir.

Creio na Paz como vínculo que prende o Homem à sua Consciência. observo que 90 por cento dos problemas da Humanidade de hoje são oriundos da herança da germinação do instinto animal no coração de uma raça dotada de princípios superiores. Quando estes, portanto, superarem as sombras antigas, o Homem sentirá vergonha de destruir a Terra e matar sua espécie. Creio que esse dia chegará. Creio na Paz e na Humanidade.

Por isso, sou Pacifista!

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