Resumos das pesquisas realizadas pelo Grupo de Estudos Professor Luiz Goulart em suas obras, na sede da Corrente da Paz Universal, sob a coordenação da professora Lucia Magalhães.
1 – O Poder da Inação é na verdade uma conciliação entre a velha concepção da Râja-Yoga com a moderna concepção de Inação Criadora, em termos ocidentais.
2 – A Râja-Yoga não deixa de expressar a necessidade relativa da Inação, quanto ao Desprendimento. Vivekananda admite que o yogui “não deve trabalhar muito” – diz ele – “ porque muito trabalho distrai a mente”. E declaradamente aconselha a Inação: “a primeira lição (da Râja-yoga) é sentar-se por um tempo e deixar vagar a mente.”
3 – A palavra Yoga vem do sânscrito Yuj – no sentido de unir – a união íntima da criatura com o Criador, através de sua Consciência. Faz-se necessário parar um pouco, nem que sejam alguns momentos diários, desligando-se a mente do tumulto interior.
4 – A Inação Criadora é o ato voluntário e subjetivo da Liberdade interior – única liberdade verdadeira! – que nos permite livremente estar onde nos levam nossos maiores amigos: o cérebro e o coração. Melhor dito, o pensamento e o sentimento.
5 – A Inação Criadora é, portanto, a produtora do estado interno próprio da verdadeira Yoga, ou ligação com o nosso Eu Vital. É preciso uma total liberdade interior, sem subjugações que, partidas do exterior, venham turbar a vontade de sermos nós mesmos.
6 – Sobre o termo Râja-Yoga sempre descobrimos uma simbólica ligação com o vocábulo Râja, ou Râjan, príncipe. De fato, Râja-Yoga é a ligação com o Eu Vital. Enquanto a ligação (ou Yoga) não se faz entre o Homem e seu Eu Vital, ele não logra a resplandecência do Paraíso, ou Svarga, para os indianos.
7 – A finalidade de nosso estudo prende-se ao encaminhamento do ser por sendas mentais que o libertem das estreitas prisões emocionais que os homens criaram por ignorância total da Vida Interior – Vida em plenitude que passamos a sentir quando desligados do exterior, pela Inação Criadora.
8 – A Inação Criadora nos conduz à Yoga, ou ligação com os estados de Paz e Amor, indispensáveis à continuidade da libertação de cruéis amarras emocionais do mundo (Luiz Goulart afirma que o desprendimento é o tronco básico do nosso estudo).
9 – O primeiro passo da Râja-Yoga é a busca do desprendimento do mundo pela Inação Criadora. Que torrentes miraculosas sentimos quando estamos inativos! Que reabastecimento energético, para nosso descanso psíquico e nervoso, suplantará o estado de paralisação dos contatos sensoriais com o mundo?
10 – Essa reserva energética inconsciente vem de profundidade maior que a do simples inconsciente constatado. Para nós, ela é originária de um potente Átomo que centraliza o Eu Vital de cada um, como procuramos demonstrar em nosso livro “Átomo Vital”.
11 – Importa-nos saber que a ligação direta com o Eu Vital só se torna possível mediante a Inação Criadora. Enquanto nos tornarmos prisioneiros do mundo exterior e até mesmo do inconsciente – propiciador de retenções fabulosas da espécie, e igualmente de memórias sombrias – nada conseguiremos de positivo como Autorrealização.
12 – Há uma fonte de Energia que nos anima de dentro para fora, podendo reavivar os aspectos luminosos e sombrios de nossa memória. Certo é que o desligamento do mundo faz com que despertemos menor número de imagens que nos são dolorosas.
13 – Este é, pois, o trabalho posterior da Râja-Yoga que, repito, deve ser praticada após o longo desprendimento conseguido pela Inação Criadora. Desprender-se do mundo e suas múltiplas imposições, pela Vontade e determinação de buscar o Eu.
14 – Verdadeiras malhas nos mantêm prisioneiros, pelo enfraquecimento da Vontade – pássaro interno de nossa liberdade verdadeira. Dir-se-ia uma liberdade oculta produzida pela Inação, mas que ilumina o mundo quando declarada.
15 – A liberdade de criar é mais forte que a simples liberdade de pensamento. É da Liberdade criadora que o mundo se alimenta. Sem ela, estaríamos ainda sentados à soleira das cavernas, de olhos arregalados de pavor, ante a fúria dos elementos naturais e da violência do instinto dos homens, não diferenciado do próprio instinto dos animais.
16 – São os místicos e os artistas – irmãos gêmeos nascidos do mesmo tronco que formou a flor do Sonho – que expressam o Inconsciente da raça humana. Inspirados, os artistas e intelectuais bordaram o medo com a fantasia do Sonho…
17 – Vejamos no “Mahâbhârata”: a luta, a morte, o instinto e, por fim, a libertação; Krishna mostra a Arjuna a Inação, como meio disciplinar da Vitória e da Liberdade. Libertar-se, portanto, do presente objetivo e do passado subjetivo da Humanidade deve ser, cremos, a única maneira de recriarmos a Harmonia no íntimo do Homem, onde ele desenvolve a espiral de sua atuação mental.
18 – Acreditamos que, dentro do propósito consequente da libertação, como desprendimento externo, e da liberdade, como Vontade interior – atingimos a Inação Criadora, geradora de uma nova ordem de Paz, oriunda de nosso mundo secreto. E somente aquele que tal posição assumiu, na regência subjetiva do seu Ser, pode ligar-se a Fonte da Vida mediante a Râja-Yoga.
Uau! Até que enfim!