Análise do Sistema

1 – Entendemos como agente promocional um todo, composto de sugestão, capital e lucro. A sugestão deve psicologicamente multiplicar o capital no interesse despertado no indivíduo, subagente do lucro. O poder econômico gera o agente promocional e, logicamente, o subagente do lucro. Quem usa, faz ou compra (ou seja, a massa) o que o agente promocional sugere é o portador usado para conduzir o lucro.
Aqui está o quadro da ação, em termos de propaganda, cuja eficiência é maior na medida em que a coisa tornada pública – a publicidade – mais fortemente fale ao instinto ativista da Personalidade.
2 –Toda a nossa energia é aplicada dentro dos limites de nosso pequenino eu, e não temos tempo para saber que somos subjetivamente muito maiores do que o uso que a sociedade faz de nós mesmos, de modo frio e calculado.
3 –Justo é, que separemos as atribuições do domínio exterior (reforçado igualmente por nosso instinto) do Eu liberto e interior – essa parte não subjugável à sociedade. É desta que extraímos a força de nossa libertação interior e de nosso verdadeiro prazer.
4 – A educação arquimilenar, fez com que julgássemos como única realidade o pequenino ego, quer o nosso, como o dos outros – advindo daí o terrível jogo de interesses e de apego ao que todos os pequeninos egos desejam e proclamam como certo.
5 – Aprendemos não só a justificar os preconceitos como também a cultuar as tradições satisfatórias a nossos instinto competitivo. É deste que o agente promocional extrai os meios mais eficazes para promover o domínio e motivar a exploração de seus interesses de lucro. A competição passa a ser a mola da sociedade. Todos desejam afirmar-se mais em aparências do que realmente necessitam, impondo ao meio competitivo o poder, a fim de ter o que é ambicionado pela sociedade.
6 – A noção arraigada à espécie de que o mundo é dos fortes, gera a constatação da existência dos fracos. E em tudo mais, tira-se o partido do poder e ter. Para ser forte julga-se indispensável possuir subjetivamente o poder e objetivamente o ter. O forte faz a sua própria moral, quando tem meios de impor aos fracos (aos que não têm), seus intentos dominadores. A grande corrida das posições representativas, na política, nos cargos hierárquicos (civis, militares ou religiosos), nas finanças, no esporte, nas artes, na cultura e até na beleza e perfeição atlética – todo esse afã se reduz à ânsia de poder e ter.
7 – A mola de todo esse ativismo social está no instinto de conservação, gerador do desejo no Homem, pela imaginação.
8 – Não importa que esse modo de viver (se é viver…) acarrete os transtornos mais cruéis ao psiquismo das gentes. Não importa que o desejo gere ansiedade e, esta angústia – filha do ativismo que encontra, a barreira do impossível.
9 – O instinto animal, não conhece termos de medidas de sua projeção. A ação justificada pela coisa imaginada transforma-se no maior poder subjetivo da espécie.