Presença Mística Universal
LUIZ GOULART
Na Índia, desde remotíssimos tempos, a figura feminina toma o lugar no misticismo esotérico. No Mûlaprakriti dos vedantinos surge o nome de Aditi expressando a Deusa-Mãe, que simboliza o Infinito ou a Natureza indivisível, tanto no Espaço quanto na Terra.
No referido texto sagrado, Aditi é apresentada como mãe de Âdityas, os sete deuses planetários, os quais assumem as personificações do Sol nos meses do ano, tendo por chefe Vishnu, que se manifesta fortemente na primavera.
Ainda no sentido divino e maternal, os hindus reverenciam a figura de Devakî, mãe de Krishna, cuja lenda se assemelha à da Virgem Santíssima do Cristianismo.
Dando atenção ao Egito, encontramos Ísis, a Virgem Mãe, igualmente expressando a Natureza. Misteriosamente, em termos mitológicos, aparece como filha e mãe de Osíris. Comumente, Ísis é representada com a cabeça de Íbis, ave ligada aos mistérios lunares, dos quais essa deusa é a dirigente, por sua natureza feminina.
Muitos outros povos tiveram suas divindades relativas à Virgem Mãe dos hindus e egípcios: os hebreus glorificaram Astaroth e os sírios, a Astarté. Sem falar dos gregos no culto dedicado à Afrodite; os romanos, à Vesta; os germanos, à Herta. Na Oceania, no mesmo sentido, destaca-se Ina, enquanto para os japoneses surge a figura de Isa e os chineses louvam Ching-Mu.
Não podemos esquecer Jaci, Mãe Sagrada do nosso povo tupi, simbolizada pela Lua. Nossos irmãos africanos encontram perfeita identificação de Iemanjá, Mãe das Águas, como Virgem Santíssima dos católicos. Aliás, o vocábulo Maria provém das águas, ou seja, do Mar; pois, com razão, certos autores fazem derivar o nome de Nossa Senhora do siríaco, com o significado de “princesa do mar”, enquanto outros chamam-na de “estrela do mar”.
Importa sentir e saber que o culto à Virgem-Mãe, surgido em distante passado, está presente até hoje em todo o universo do sentimento místico e filial da humanidade.
Bela exposição sobre o conceito da virgindade materna em outras culturas
Muito obrigado pelo comentário