Divina Propriedade

By | 22 de setembro de 2019

Maximo Ribera

As posses humanas: Fomos criados num mundo que nos indica a necessidade de possuir muitas coisas. “Posse é segurança”. Esta expressão, que se tornou a “regra” básica para o desenvolvimento social – sendo interpretada como conquista de tudo o que nos estiver ao alcance, sem previsão das consequências, gerou intermináveis conflitos entre nós. Isto porque o comportamento de cada um, apesar de tantas diferenças, se nivela no interesse de possuir cada vez mais. Assim, a vida na Terra se resume em eterna competição, não mais para sobreviver apenas, mas para crescer o “status” econômico-financeiro, pessoal e de grupos.
As perdas humanas: No percurso de uma vida, as pessoas vão aos poucos descobrindo que as posses estão intimamente ligadas às perdas. E muito sofrem com isso. “Foi tão difícil ganhar; muito trabalho e tempo de uma vida para se conseguir tudo isso. Nunca imaginei perder assim.” – É tudo: propriedades grandes ou pequenas, e até pessoas que consideramos nossas: parentes, filhos, amigos – e por fim, nossa própria vida.
Mudança de foco: Felizmente há belos exemplos a seguir na humanidade. Pessoas que sentem a necessidade de ter posses para tocar a vida, e reconhecem que tudo que possuem, pouco ou muito, é um empréstimo divino, para servir também ao seu próximo.
A gratidão: Sobre essas pessoas, nos ensina poeticamente Luiz Goulart: “Trazem no íntimo a propensão natural do desprendimento. Em todos os instantes – quando as macieiras estão em flor, quando descobrem o crepe leve do sol sobre as acácias ou quando alguém lhes anuncia o nascimento de um filho – encontram razões para afirmar: “Senhor, tudo isto é Vosso”. E se a dor chega, levando suas ilusões ou seres que amam, ainda assim dizem: “Guardai-os, Senhor! São mesmo Vossos…”

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